Por meio do PIC – Projetos Inovadores de Curso – Diversidade na Universidade (SECAD/MEC), as Escolas Populares Cooperativas dos bairros Benfica e Pirambu, em Fortaleza, estarão realizando ao longo deste ano uma série de debates com temas sociais e étnicos e visitas a centros culturais indígenas e quilombolas no Estado do Ceará, visando contribuir para atenuação de preconceitos raciais junto aos estudantes do Pré-Vestibular Cooperativo.
Desde o ano passado, a coordenação destas duas EPC’s desenvolve atividades de combate ao racismo e valorização das identidades culturais das “minorias” através de textos, documentários, palestras, debates, participação em eventos e visitas a comunidades indígenas, quilombolas e movimentos culturais afro-brasileiros que permitam uma melhor compreensão da questão social e racial do Brasil.
Segundo Preto Zezé, representante do Movimento Cultura de Rua, ligado ao movimento Hip Hop e coordenador geral da Central Única das Favelas (CUFA/CE), em uma entrevista ao Diário do nordeste, uma das dificuldades de se discutir o racismo no Brasil é que há um processo de proibição de você tematizar publicamente o racismo negando que o mesmo existe. No Ceará essa problemática é mais consistente, pois, por muito tempo se colocou que no estado não haviam negros e muitos outros discursos que legitimam as atitudes de negação de toda uma etnia. O tratamento com a questão indígena não se diferencia muito. Existe uma cultura muito forte de negação da verdadeira raiz histórica da formação do povo cearense, que por muito tempo foi comandada por uma pequena elite branca que adotou como padrão de beleza e valores a cultura européia e posteriormente a americana. A luta do Movimento Negro no Brasil tem se mostrado extremamente eficaz no processo de rediscussão da identidade do povo brasileiro. O acesso à educação e principalmente a dignidade para todos independente de qualquer etnia perpassa pela reconstrução de muitos dos valores dessa sociedade que precisa repensar sua praticas. Na tentativa de transpor esses obstáculos, o PRECE como um projeto social que concebe a educação como um instrumento potencializador de organização comunitária para formação de uma nova sociedade mais crítica e igualitária insere na suas discussões essa temática.
É de extrema importância promover não somente a inserção na universidade, mas também as condições de permanência no ensino superior e a formação sócio-cultural destes estudantes.
Data | Atividade |
22/03 | Seminário – Educação Brasileira |
12/04 | Visita Cultural – Maranguape |
26/04 | Oficina – Raça e Etnia |
17/05 | Oficina – Movimentos Negro e Indígena no Brasil |
07/06 | Visita Cultural – Aquiraz |
Julho | Seminário – Profissões |
Julho | Seminário – Formação de Professores |
02/08 | Palestra – Cotas |
30/08 | Seminário – Movimentos Indígenas |
13/09 | Seminário – Gêneros |
25/10 | Visita Cultural – Redenção |
Maiores informações:
epcbenfica@coracaodeestudante.org.br
epcpirambu@coracaodeestudante.org.br
Um comentário:
A ampliação do tempo e espaço atrelada a ampliação e aprofundamento da discussão sobre Cultura e Identidade Afro-brasileira é de suma importância para formação de uma juventude mais politizada e comprometida com sua origem e sua história. Parabéns pela iniciativa.
Abraços,
Fco. Marcelo
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